o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

terça-feira, 15 de abril de 2014

Recordações com 40 anos...!!

De César Correia
Tínhamos chegado á pouco tempo a Luanguinga, e todos, desde o Cmdt. da companhia, aos alferes, furriéis, cabos e praças, se prestaram  a colaborar, na organização de algo que ocupasse a mente nos tempos livres, uma solução foi a pratica desportiva e o favorito era o futebol, mas também o voleibol  a sueca e outros jogos de cartas, faziam parte da actividade lúdica. Outros de forma altruísta dedicaram-se  voluntariamente ao ensino das letras e números, na alfabetização de alguns camaradas que as vicissitudes da vida  não lhe  tinham permitido o acesso à escola enquanto jovens. Uma tarde alguém comentou á minha beira, o Furriel Soares vai formar um grupo Coral, se quiseres participar a malta vai juntar-se no refeitório, «um barracão que servia para esse efeito» claro que queria, ainda hoje gosto de cantar!! Mal ou bem?? Não sei!!! Mas gosto, e com 20 anos!!  Cheguei!!! e lembro-me que já estavam a ensaiar o coro, quantos...!! Não sei, cantavam bem... também não me lembro, só recordo dos vozeirões do Botelho, e do Paulo Ribeiro. Nova canção,  e fui convidado pelo Soares a participar no coro, depois das devidas instruções, começámos a exercitar, levantei a voz para fazer frente aqueles vozeirões, queria dar nas vistas, excedi-me!!!
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 O exibicionismo custou-me caro, o Maestro comentou em tom irónico. A cantar alto já cá tenho muitos, vai dar uma volta, mentia se disse-se que na altura não tinha ficado chateado, com vergonha, porque achei que não era motivo para ser despachado assim, mas paciência, o coral  foi um sucesso, eu teria tido  muito orgulho em ter participado. Pouco tempo depois, voluntariei-me para formar a Equipa das Obras, com, o Matos do 3º Gr,  o Vaz do 1ºGr,  e o CHEFE???? Furriel Soares, pensei para mim!!! Já estou "F" tramado,  mas não meus caros aqui a música era outra e os instrumentos também, durante mais ou menos dois anos, trabalhamos, colaboramos, discordamos, mas conversamos sempre dentro dos limites com respeito, o objectivo era comum, trabalhar bem, nas muitas e variadas obras que fizemos para a instalação dos serviços da Companhia, e também para o bem estar de todos os Camaradas , e também na construção da famosa Peixaria em Gago Coutinho em que o Mestre Soares, encarregado de  obra discutia e dava suas opiniões a outros mestres de obras já bem credenciados, a ponto de ser-mos convidados para os acabamentos de outras obras..!!! Éramos camaradas, tornamo-nos amigos, fomos companheiros,  aventureiros a ponto de algumas vezes arriscarmos a própria vida,  colaboramos nas mais diversas decisões e ao fim destes quarenta anos tenho orgulho de continuar  a considera-lo um grande AMIGO, pois nem sempre quem te repreende te quer mal. Um Abraço a todos Os Panteras Negras, que espero abraçar em Penacova, e ao Soares, um abraço especial por me ter dado a oportunidade de hoje estar aqui a recordar esta saudosa "estória" de  Amizade

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